Agro-Pecuária

Atividades de produção biológica de animais orientada para o mercado

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Gado Bovino

Uma das principais utilizações do montado é a criação de gado em regime extensivo, recorrendo-se para tal a animais de raças autóctones perfeitamente adaptadas às difíceis condições que caracterizam este ecossistema (continentalidade, sazonalidade extrema, escassez de água e alimento, longas distâncias a percorrer, entre outros).

Gado bovino

O gado bovino, explorado para carne, é caraterizado sobretudo por fêmeas das raças Avilenha Negra-Ibérica, Retinta, Morucha, Alentejana e Mertolenga cruzadas com sementais de raças seletas (Charolês e Limousine). Na Extremadura é ainda de destacar o uso da raça Blaca Cacerenha, hoje em perigo de extinção apesar dos esforços em contrário da administração regional. Igualmente em extinção, no Alentejo, a raça Garvonesa. Especial distinção merece ainda o gado de lide que ocupa boa parte dos montados de Salamanca, Extremadura e Andaluzia, bem como do Alentejo.

As pastagens, de carácter sazonal, são aproveitadas pelo gado sobretudo na Primavera e Outono, períodos durante os quais chega a proporcionar entre 1000 e 2500 Kg de matéria seca por hectare.

O ramejar é o consumo animal de folhas e pequenos ramos, obtidos diretamente das árvores ou resultado de podas. Trata-se de um alimento com um conteúdo proteico variável, dependendo da espécie e da época de corte, que é especialmente apreciado pelo gado bovino.

 Atualmente na Entre as Águas temos gado bovino cruzado de Charolês, com 27 efetivos. O nosso gado é criado ao ar livre, no montado alentejano, que pelas suas características permite o desenvolvimento de animais mais saudáveis, de elevado rendimento, qualidade nutricional e carne com as melhores características visuais, de textura e sabor.

A raça Charolesa apresenta uma boa velocidade de crescimento, um baixo índice de conversão dos alimentos grosseiros em carne e consequentemente, o maior potencial de crescimento. A raça Charolesa em linha pura é considerada como sendo raceadora, devido à sua grande homozigotia para os caracteres de crescimento e de morfologia. Esta característica possibilita, nos cruzamentos com outras raças, uma transmissão elevada das suas qualidades genéticas aos seus descendentes. Isto permite aumentar a precocidade das raças tardias, reduzir o período de engorda e aumentar a conformação da carcaça em peças nobres, obtendo-se assim um produto de qualidade e de valor superior.